Dentro do carro, o pessoal ainda comentava sobre eu querer sair do
barzinho, mas eu não queria ficar lá. Decidimos então ir para outro lugar. No
caminho eles ainda estavam se decidindo para onde ir, eu mesmo não opinava,
aliás, nem prestava atenção no que eles estavam conversando, meu rosto virado
para a janela, via os movimentos nas ruas, mas na minha mente, aquela cena no
banheiro rodava mil vezes.

- Thalles? – Jefferson tentava me chamar, mas eu estava muito
distraído para perceber.

– Thalles! – A voz do Bruno soou um pouco mais alta, mas o que me
chamou atenção foi sua mão encostando-se a meu ombro, olhei para o lado e vi
que ele me chamava. – Ta tudo bem?

- ta sim, por quê?

- porque estamos te chamando há horas. – disse Jefferson

- o que foi então?

- só pra saber se você tem alguma sugestão de lugar pra gente ir. –
disse Jefferson.

-Gente, na verdade eu não vou não. Não to com cabeça pra isso. Só me
deixa lá em casa Pietro,
por favor.

- certeza cara? Não quer ir com a gente? - insistiu Pietro.

- Sim, Desculpa ai, pessoal.

Pietro me levou pra casa, chegando lá eu desci do carro e o Bruno
desceu também.

- Thalles, ta tudo bem mesmo, o que aconteceu hoje?

- nada não, só bateu uma dor de cabeça.

- posso dormir aqui na sua casa hoje?

- Bruno, pode sim, amigo, mas amanhã eu tenho compromisso cedo. Tenho
que ajudar minha mãe na loja. Parece que ela teve que dar folga pra uma
funcionária e eu vou lá cobrir. Você não quer vir amanhã? Ai ficamos acordados
até tarde e acordamos tarde, o que acha?

- ah, pode ser também, então.

- ai eu aproveito e aviso meu pai, ele já até tinha pedido pra eu te
convidar a passar um final de semana em casa.

- fecho então, amanhã à tarde eu venho.

Despedi do Bruno e fui pra dentro de casa. Entrei no meu quarto,
liguei o meu PC e a primeira coisa que eu fiz foi passar pra ele o vídeo do meu
celular. Ao rever o vídeo eu comecei a dar risada, como aquilo era possível?
Depois de passado o vídeo, resolvi entrar no meu Orkut fake e ler alguns contos
que eu ainda não havia lido. Online pelo chat do Orkut eu comecei conversar um
pouco com alguns amigos novos e depois de resolvi ir dormir cedo.

Na manhã de sábado, eu acordei às sete da manhã com a minha mãe
batendo na porta do quarto. Respondi a ela que já estava levantando e cochilei
mais cinco minutos, ao menos era o que eu achava, mas já havia passado mais de
meia, pois minha mãe novamente batia na porta do quarto mais brava ainda
pedindo para eu levantar logo e me arrumar. Levantei, tomei meu banho e escovei
os dentes, voltei para o meu quarto e vesti uma cueca boxer preta, calça jeans
escura, camisa polo azul clara, tênis e passei meu perfume. Arrumei o meu
cabelo e desci para tomar café.

- Mãe, o que eu vou fazer lá? Não tenho jeito pra vender roupa, ainda
mais femininas.

- você não vai vender, só vai ficar no caixa recebendo.

- beleza, e a minha comissão?

- Thalles, depois a gente conversa sobre isso, agora termina esse café
que estamos atrasados, daqui a pouco a Laura liga pra mim, louca com o
movimento lá.

- Tá mãe, vamos.

Eu e a minha mãe fomos para a loja, chegando lá a Laura estava tomando
café e conversando com uma cliente. Cumprimentamo-las e eu fui para o caixa com
a minha mãe para ela me ensinar como funcionavam algumas coisas.

- Cecília. - chamou a Laura.

- oi, Laura.

- Precisava ir à lotérica pagar a conta de água e energia aqui da
loja, vence segunda, é bom pagar hoje, né?

- sim, o Thalles vai lá.

- eu? - perguntei espantado.

- sim, e aproveita e passa lá no serviço do seu pai e pega duas folhas
de cheque com ele.

- cheque mãe? Hoje em dia usa-se cartão. - comentei brincando.

- vai logo Thalles, larga de brincadeira. Volta logo que mais tarde
isso aqui fica movimentado.

- ta mãe.

Sai rápido da loja, peguei um moto taxi para ir até o serviço do meu
pai, depois eu ia a pé até na lotérica e voltava de moto taxi até a loja.
Chegando ao serviço do meu pai, pela primeira vez fui conhecer as pessoas que
trabalhavam lá. Como meu pai trabalha como gerente dos vendedores de carro, ele
fica em uma mesa no show room da loja, perto dos outros vendedores. Quando
cheguei, ele estava na sala de espera junto com outro vendedor. Passei e
cumprimentei a recepcionista, muito linda por sinal, e fui até onde meu pai
estava.

- Olha ai, Carlos, esse é o meu filho Thalles. – disse meu pai.

- opa, rapaz, tudo bom? - Carlos me cumprimentou.

- sim e o senhor? - o cumprimentei também.

- larga de senhor, pode me chamar só de Carlos.

Após me cumprimentar, Carlos saiu para atender um casal de clientes e
eu fiquei com meu pai na sala de espera.

- você não ia ajudar sua mãe na loja hoje? - perguntou meu pai

- e eu to. Sai pra pagar conta pra ela. A mãe pediu pra vir aqui pra
pegar duas folhas de cheque com o senhor.

- pra que?

- sei lá, pai.

- e o que você sabe, hein, Thalles? - disse meu pai indignado

- que hoje é sábado e eu quero a minha mesada. hahaha

- vai trabalhar não pra ver.

Segui meu pai até a mesa dele. Lá eu sentei na cadeira de frente pra
ele, esperando ele atender um telefone, pegar o cheque e me entregar. Nisso,
sai um homem, aparentando ter uns 60 anos, de uma sala perto da mesa do meu
pai. Era o dono da empresa. Ele parou em frente à mesa do meu pai, puxou a
cadeira e sentou do meu lado, de frente pro meu pai. Cumprimentou-me e esperou
meu pai terminar de atender ao telefone. Assim que meu pai terminou, logo
começou a conversar com ele.

- Senhor Jorge, esse é o Thalles, meu filho.

- prazer, Thalles. - mais uma vez o homem me cumprimentou. Quantos
anos você tem?

- dezesseis. Faço dezessete agora em Julho.

- estuda?

- sim, to no ultimo ano do ensino médio.

-ah sim, estudar é importante, né? Arthur, sobre a venda da frota pros
funcionários da indústria, você ta a par da situação?

- to sim. Vou passar a relação.

- faz favor.

- me deixa só liberar meu filho. - Meu pai pegou a carteira, tirou o
talão de cheques e me entregou. – Leva o talão logo.

Peguei o talão de cheques, cumprimentei mais uma vez o dono da empresa
e sai. Fui a pé até a lotérica, que não ficava muito longe dali. Paguei as
contas, passei numa lanchonete e lanchei, pois já estava com fome e depois peguei
um moto taxi e fui para a loja. Cheguei lá quase dez da manhã, minha mãe e a
Laura já estavam atendendo e estavam bem atarefadas.

- Ainda bem que você chegou, filho, já recebe daquela senhora que eu
vou atender essa outra cliente. O preço está na etiqueta, condições de
pagamentos são aquelas que já te passei.

- tudo bem, mãe. - Após isso fui para o caixa da loja e comecei a
ajudar a atender.

 Até uma da tarde o movimento
foi grande e muita gente já tinha passado pela loja. Perto das duas o movimento
estava baixo e minha mãe saiu pra comprar o almoço pra nós.

- Laura. - a chamei.

- oi, Thalles.

- queria pedir desculpas pelo o que aconteceu na sua casa domingo
passado.

- Thalles, eu não sei por que você e o Lucas não se dão bem.

- nem sei como explicar Laura, mas quero dizer que me arrependi pelo o
que aconteceu e dizer que não farei mais isso.

- Tudo bem, Thalles, assim espero mesmo, não gosto de ver vocês
brigados, ainda mais você e o Felipe, afinal vocês sempre foram tão amigos.

- espero que ele me perdoe também pelo o que aconteceu.

- vai sim. Falando nisso eu preciso ir em casa rapidinho, você pode
segurar as pontas ai, Thalles?

- posso sim, Laura, pode ir.

- é rapidinho, se sua mãe chegar primeiro, avisa que eu já chego.

- pode deixar.

Laura saiu e eu fiquei sozinho na loja e para a minha sorte não entrou
nenhuma alma viva. Às vezes umas garotas paravam e namoravam a vitrine, mas
nenhuma entrava e eu aproveitava para ver alguns vídeos na internet. Enquanto
eu via um vídeo, uma garota entra e começa a ver uma blusa que estava na
vitrine.

- pois não, moça?

- oi, eu queria ver essa blusinha aqui, ela ta quanto?

- deixa eu ver.

Fui até onde ela estava e vi o preço da blusa.

- sai 47,50, moça.

- pode me chamar de Letícia.

- prazer Letícia, meu nome é Thalles.

- nome bonito, combina com você.

- Obrigado, você também é muito linda.

- Obrigada. Posso experimentar essa?

- pode sim, o provador é ali.

Letícia foi até o provador, colocou a blusinha e me chamou.

- você acha que ela ficou legal em mim?

- Olha, ficou sim, eu gostei. Mas eu não entendo muito de roupas, mas
acho que qualquer uma fica muito linda em você. Você é linda.

- Obrigada. Vou experimentar aquela ali também. Ai eu decido qual eu
levo.

- certo. - fui lá e peguei a outra que ela me mostrou. - que tamanho
você precisa?

 - a P mesmo.

- ta aqui.

Ela pegou a blusinha da minha mão e foi até o provador, enquanto ela
experimentava, ouço ela me chamar de dentro do provador. Detalhe, a porta do
provador era aquelas cortinas.

- to com dificuldade com ela aqui, me ajuda.

- sim.

Nisso ela abre a cortina, me puxa pra dentro do provador e fecha ela.
Letícia estava apenas de sutiã na parte de cima, assim que eu entrei, ela me
colocou contra a parede e começou a me beijar. Aquilo tava tão bom, fazer sexo
dentro do provador de uma loja é uma tara que eu sempre quis provar, mas sabia
que ali não era um bom lugar,pois a minha mãe estava pra chegar. Enquanto ela
me beijava, sua mão apertava meu pau por cima da calça e eu ia arrancando seu
sutiã. Seus peitos são lindos, grandes e durinhos, não resisti e comecei a
chupá-los com vontade, fazendo ela gemer bastante. Nisso eu escuto um barulho
dentro da loja, imediatamente paramos.

- gatinho, melhor a gente continuar depois em outro lugar, aqui não
dá. - disse Letícia.

- tem razão, é que eu não resisti a você.

Dei outro beijo nela e esperei ela se vestir e saímos do provador. Uma
outra garota estava na loja e ficou sem graça quando nos viu saindo junto do
provador. Ela apenas sorriu e perguntou o preço de uma bolsa e saiu depois que
eu passei o preço. Letícia pegou a primeira blusinha que tinha visto, que era a
mais linda mesmo e foi até o caixa.

- a gente pode marcar de sair um dia desses? - perguntou ela

- claro, podemos sim.

Quando estava terminando de atender a Letícia, minha mãe chega com o
nosso almoço. Ela deixou as coisas na salinha reservada e enquanto isso ia
observando eu terminar de atender a Letícia. Trocamos telefone e MSN e, após
pagar, ela me da outro selinho rápido, mas não rápido o suficiente pra minha
mãe perceber, e vai embora com a blusinha dela.

- ta dando brinde as clientes que compram aqui agora, Thalles?

- nem sei do que você ta falando mãe.

- sei... cadê a Laura?

- foi na casa dela, disse que já vinha.

- vai almoçar que eu cuido aqui.

Fui almoçar e depois ajudei a minha mãe até as quatro da tarde na
loja. Às quatro, ela e a Laura fecharam a loja e fomos para casa. No caminho eu
recebi uma mensagem do Bruno dizendo que ele já estava em casa esperando e
conversando com o meu pai.

Perto das cinco da tarde, eu e a minha mãe chegamos em casa, meu pai e
o Bruno estavam na sala assistindo a um filme que passava na TV. Cumprimentei o
Bruno e subi para o meu quarto, tomar um banho e colocar uma roupa mais leve.
Enquanto estava no banho, Bruno apareceu no meu quarto e pediu para mexer no
PC.

- Thalles, posso ver meu Orkut?

- liga ai, pode mexer. – gritei de dentro do banheiro.

Após tomar meu banho, me enrolei na toalha, sai do banheiro e fui me
trocar. O Bruno me olhava fixamente, como se ele tentasse fazer a minha cueca
cair com a força do seu olhar.

- Bruno, pode virar pro lado pra eu me trocar?

- Qual é Thalles, na melhor parte?

- seu bobo. Comporta-se.

- desse jeito na minha frente vai ser muito difícil.

- sei que você consegue, anda.

Muito contrariado, Bruno respeitou e virou-se para eu poder me trocar,
claro que depois que eu tirei a toalha ele logo voltou a olhar pra mim.

- Nossa.

- eu falei pra você não olhar seu safado. O que foi?

- Não sei o que é mais perfeito, sua bunda lisinha e durinha ou o seu
pau grande e grosso.

- Obrigado, mas quer me deixar vermelho?

- Desculpa. – disse o Bruno olhando pro chão. - Seu pai ta te
esperando pra gente ir no mercado. – disse Bruno

- fazer o que lá?

- Diz ele que vai comprar as coisas pra fazer um churrasco aqui
amanhã.

- então tá, vou me arrumar e a gente vai.

Terminei de me arrumar e o Bruno desligou o PC. Fomos até a cozinha
onde estava meu pai e a minha mãe discutindo sobre contas e meu pai querendo
saber como minha mãe ia cobrir os cheques que ela tinha pegado com ele, até
hoje eu não sei pra que ela usou, mas acho que tem a ver com as contas da loja.
Assim que entramos os dois pararam.

- vamos, que eu quero ir antes do supermercado ficar lotado. Dia de
sábado lá é muito cheio. – disse meu pai pegando a chave do carro.

- Bruno. – minha mãe chamou ele.

- oi, dona Cecília.

- pode me chamar só de Cecília. Sua mãe não quer vir almoçar aqui
amanhã?

- eu não sei, posso chamar ela?

- claro que pode. Liga pra ela e diz que estamos convidando.

- Ta bom, vou ligar sim.

- amor. – meu pai chamou minha mãe.

- Sim, Thur.

- Chama a Laura e os meninos também.

- Vou na farmácia comprar um remédio pra dor de cabeça, na volta eu
passo lá na casa dela e chamo também.

Nesse momento, olha o que passava na minha cabeça: FUDEU!. Imagina ter
ali na minha casa o Bruno, Felipe juntos e o Lucas pra botar mais lenha na
fogueira.  Resolvi não me estressar com
aquilo aquela hora, ia deixar acontecer e seja o que Deus quiser. Fui até a
garagem com o Bruno esperar meu pai. Antes de ir ao mercado ele resolveu ir ao
banheiro ¬¬. Lá fora o Bruno me perguntava quem era Laura, e eu, sem jeito,
contei que era a minha ex sogra. A expressão no rosto dele claro que não tinha
sido muito boa, sabendo que meu ex namorado estaria lá também, mas ele logo
botou um sorriso no rosto e me disse.

- Vamos nos divertir bastante amanhã, né? Eu e você.

- claro que sim, Bruno.

Meu pai chegou e entramos no carro e fomos para o supermercado. Na
volta meu pai resolveu passar na casa do Carlos e convidou ele e a família dele
para almoçar em casa no outro dia também. Depois de sair da casa do Carlos,
fomos direto pra minha casa. Já era oito da noite quando chegamos e vimos a
minha mãe na cozinha terminando de montar as pizzas.

- resolveu montar as pizzas hoje, mãe?

- sim, pra variar um pouco, né, Thalles? Termina de me ajudar?

- claro, mãe.

- opa, eu ajudo também, posso? – perguntou Bruno.

- pode sim, só lava as mãos os dois.

Lavamos as mãos e ajudamos a minha mãe a terminar de montar as pizzas,
enquanto estavam assando, eu, o Bruno e meus pais estávamos na cozinha jogando
conversa fora. Meu pai temperava a carne pra assar no outro dia, minha mãe
cuidava da louça suja e eu ia ajudando ela secando e guardando, enquanto isso o
Bruno mexia no notebook do meu pai, mostrando alguns vídeos da internet,
arrancando risos de nós.

- Pai, e meu notebook? Quando o senhor vai me dar um?

- e quem disse que eu vou te dar um? Trabalha e compra um rapaz.

- credo pai, não seja mal.

- vende o seu computador e compra um – disse meu pai.

- não quer dar tudo bem, ainda serei rico e vou comprar um.

- assim espero. – disse meu pai dando risada.

Continuamos conversando e depois que as pizzas ficaram prontas,
jantamos e fomos para a sala assistir TV. Perto da meia noite meus pais foram
dormir e ficamos apenas eu e o Bruno na sala.

- Agora a brincadeira começa. – disse o Bruno.

- o que você ta pensando hein, se comporta rapaz.

- não vou fazer nada que você não queira. – disse ele todo saliente.

- e seu eu quiser? – disse a ele provocando.

- eu faço.

- então vem. – disse a ele

Ele foi se levantando pra ir ao meu encontro.

-sossega ai rapaz, tava brincando.

- provocou, agora aguenta. – disse ele pulando do sofá pra ir pro meu.

Fui mais rápido e pulei do sofá e escapei dele.

- escapa não.

- vem pegar – disse a ele.

Corri em volta aos sofás da sala até ele conseguir me pegar, me jogar
no sofá e me roubar um beijo, estava até torcendo pra ele conseguir mesmo.
Nosso beijo durou alguns minutos até ele parar.

- ainda vai correr de mim? – disse Bruno

- Não mesmo.

Continuamos o nosso beijo até eu mesmo parar.

- espera Bruno, melhor não, meus pais podem levantar e nos ver aqui se
beijando.

- vamos pro seu quarto?

- Bruno, vai com calma. Já conversamos sobre isso.

- mas você não está gostando dos beijos?

- sim, mas é que... tem o Felipe ainda.

- Thalles, qual o seu lance com o Felipe ainda?

- como assim, Bruno?

- você ainda gosta dele? É apaixonado por ele? Ou isso tudo, de não
tentar algo novo é por que você sente alguma obrigação em ser fiel a ele, por
causa do que aconteceu entre vocês dois. Você tem esperanças de voltar pra ele?

- Bruno, eu não sei o que se passa comigo. Eu gosto do Felipe sim, não
sei se é como antes. Às vezes eu sinto que estou dividido entre dois amores.

- Não vou fazer nada para não te confundir mais, pois não quero que
você ache que estou te forçando a esquecê-lo, mas não esqueça que eu te amo
também e estou perdidamente apaixonado por ti. Resolva o seu problema com o
Felipe, e se achar que eu mereço uma chance, me diga.

- Sim Bruno, desculpa por isso tudo.

- que isso, enquanto isso, somos grandes amigos.

- sim.

Continuamos assistindo filme até de madrugada. Depois fomos para o meu
quarto e dormimos.

No domingo, eu acordei era dez da manhã, o Bruno estava no colchão ao
lado da cama dormindo ainda feito pedra. Eu estava apenas de cueca boxer e o
Bruno também. Levantei e fui até o banheiro e só escovei os dentes. Voltei para
o quarto e fiquei mexendo no PC, esperando o Bruno acordar, para descer junto
com ele. Enquanto eu mexia no meu facebook, escuto alguém batendo na porta do
meu quarto. Meu quarto estava escuro, apenas a luz do monitor do meu PC o
iluminava. Fui até a porta e a abri, era o Felipe ali na minha frente.

- Felipe?!

- Bom dia, Thalles. Seu pai pediu pra vir aqui pra ver se você estava
acordado, se não tivesse era pra acordar.

- Tá, eu já vou.

- posso entrar? – perguntou Felipe.

- pó- pode, mas tem gente dormindo aqui ainda.

- seu amiguinho ta dormindo ai no seu quarto? – perguntou ele
assustado.

- sim, ta sim. Algum problema?

- você ta ficando com ele, Thalles?

- não.

- Mas ele ta dormindo no seu quarto e você ainda está só de cueca.

- e por isso você acha que estamos ficando Felipe? Francamente...

- mas isso é de estranhar, né?

- Não estamos, Felipe. Agora deixa eu tomar um banho e me arrumar, já
eu desço.

- Thalles.

- diga.

- Não briga com o meu irmão hoje não.

- é só manter ele longe de mim.

- Thalles, para de implicar com o meu irmão, cara.

- Já te disse, Felipe, seu irmão não presta. Foi ele que separou a
gente e você sabe disso, já cansei de dizer pra você que ele ta mentindo pra
você e fingindo. Ele não é o santinho que você pensa que é.

- Cara, você ta muito enganado. Um dia você vai ver o quanto está
errado.

- será mesmo, Felipe? Não conta muito com isso não, decepção maior vai
ser quando você realmente souber quem é o seu irmão.

- do que você ta falando?

- ta acontecendo alguma coisa aqui. – surge o Bruno ao meu lado na
porta, apenas de cueca também. Nesse momento os olhos do Felipe percorriam todo
o corpo sarado e malhado do Bruno. Sei que ele também admirou a beleza do
Bruno, mesmo o odiando, não tem como não admirar, ele é lindo, até mesmo
acordando com aquela carinha de sono, consegue ser mais fofo ainda.

- O Felipe veio nos chamar pra descer, meu pai pediu.

- você é o Felipe? Prazer, Bruno. – disse Bruno estendendo a mão.

Felipe nem ao menos se mexeu, apenas deu as costas e desceu. Bruno
logo deu uma risadinha, sabia que tinha conseguido provocá-lo.

- você também não presta, né, Bruno?

- ah, pra ele ver o que você ganha se ele não te der valor. Só assim
ele pensa duas vezes antes de te dispensar... se bem que pra mim seria melhor,
mas não vamos entrar em detalhes.

- vamos nos arrumar que o pessoal deve ta esperando, inclusive a sua
mãe.

Primeiro fui para o banho e depois o Bruno foi. Arrumamo-nos e
descemos. Na cozinha estavam a Laura e a Estela conversando e lá fora meu pai e
minha mãe ajeitando a carne na churrasqueira. Cumprimentei a Laura e a Estela.

- bom dia meninos. – cumprimentou a Estela.

- bom dia, dona Estela, oi dona Lucia. – cumprimentei as duas.

- esse é o seu filho? Muito lindo ele. – disse a Laura para Estela,
referindo-se ao Bruno.

- esse é o meu meninão. – disse a Estela fazendo um cafuné no cabelo
do Bruno.

Eu apenas ria daquela cena, me lembrando de como eu fico sem graça quando
a minha mãe faz a mesma coisa. Bruno logo deu um jeito de escapar dali e fomos
para onde meus pais estavam. Felipe e o Lucas estavam sentados num banquinho
perto da piscina, numa sombra de uma árvore. Após cumprimentar meus pais, fomos
até onde eles estavam.

- Oi Lucas, tudo bom? Esse é um amigo meu, o Bruno. – eu disse
tentando fingir que estava tudo bem entre a gente.

- e ai cara, tudo bom? – disse o Bruno ao Lucas, estendendo a mão para
cumprimentá-lo.

- tudo sim. – disse o Lucas com um sorriso no rosto.

- bem, o Felipe você já conhece, né, Bruno? E então, o que vamos
fazer? – perguntei.

- a casa é sua, Thalles, você deve saber. – disse Felipe.

- eu voto pra colocarmos uma sunga e cair na piscina e jogar.
Aproveitar que hoje ta muito calor. – eu disse.

- eu aprovo. – disse o Lucas animado.

Colocamos nossas sungas e entramos na piscina e começamos a jogar.
Parecia engraçado como o Bruno e o Felipe começavam a disputar a minha atenção
e deixar o Lucas bravo com aquilo. Pouco depois o Carlos chega com a sua esposa
e seus dois filhos. Um chama-se Renan, tem 19 anos e o outro se chama Rodrigo,
tem 16 anos. Os dois são muito lindos. Depois de cumprimentar a todos, vi que
os dois estavam tímidos,então os convidei para entrar na piscina e jogar com a
gente. Após um tempo jogando o Bruno sai da piscina.

- cansou? - perguntei a ele.

- Não, eu vou no banheiro.

- vai lá antes que faz nas calças. - disse a ele brincando.

Bruno foi até a porta da cozinha, entrou em casa e foi até o banheiro.
Assim que o Bruno saiu, o Felipe se saiu da piscina dizendo que já voltava e
foi em direção a dentro de casa, claro que na hora eu sai da piscina e fui
atrás. Chegando no andar de cima, vi que o Felipe estava aguardando o Bruno
sair do banheiro, assim que ele saiu, Felipe arrastou ele para dentro do meu
quarto e eu fui para lá ver o que estava acontecendo. Quando cheguei perto da
porta do meu quarto, vi que os dois estavam falando de mim.

- Já disse que não estamos tendo nada, Felipe. - dizia o Bruno.

- mas eu vejo você dando em cima dele e eu vejo que ele gosta.

- nem por isso estamos juntos. Será que você não percebe que ele gosta
de você?

- não é o que ta parecendo.

- Felipe, vou te falar a verdade. Eu estou apaixonado pelo Thalles.
Gosto muito dele e não vou esconder isso, ainda mais de você. Ele sabe que eu
gosto dele, mas não me da uma chance por que ainda é muito apaixonado por você.

- sério?

- infelizmente pra mim, sim.

-foi ele que terminou comigo.

- só to te falando que eu não vou desistir do Thalles.

- o que vocês dois estão fazendo aqui? - perguntei ao dois, entrando
no quarto.

- só estávamos conversando. - disse o Felipe

- sobre o que?

- sobre o dia hoje. - disse Felipe

- certo, mas vamos descer que já vão servir o almoço.

Descemos para almoçar e encontramos a Maria e o Thiago na cozinha
conversando com o pessoal. Quando eu acho que a situação não pode mais ficar
tensa, o destino mostra que da pra complicar mais um pouquinho. Nesse momento
só torci pra não sair briga ali. Cumprimentei os dois e todos foram pra área de
lazer, ficando apenas eu e o Thiago na cozinha.

- pelo jeito eu não devia ter vindo, né? A situação parece que ta
tensa aqui. - disse Thiago.

- relaxa, tensa ela já está faz horas. Pelo menos é bom ter um amigo
aqui.

- se você diz, tudo bem.

- e como ta o namoro com a Eliane?

- Não tem mais namoro.

- não?

- Não, ela terminou comigo dessa vez.

- por que ela fez isso?

- porque eu contei a ela que nós dois já tivemos um caso. Ai ela disse
que não ia casar com um gay, eu mandei ela pros infernos, ai terminamos.

- que tenso, eu nem sei o que dizer.

- relaxa, problema dela que não quis, agora to solteiro e ninguém vai
me segurar.

- haha só você mesmo, Thiago.

- Thalles, quem é aquele gatinho que estava junto com você e o Felipe?

- Bruno, um amigo meu.

- Amigo? - Thiago me perguntou, insinuando outra coisa.

- sim, apenas amigo.

- ele é muito lindo. Se você não ficar, eu fico.

- olha que atirado. To com ciúmes já, hein.

- de quem, Thalles?

Meu silêncio foi absoluto.

- Thalles, eu percebi nesse tempo que passou que entre nós não daria
certo mesmo, já me conformei. Mas percebi também que podemos ser grandes
amigos.

- concordo, é muito bom ter você ao meu lado, Thiago.

- Thalles, entre você e o Bruno não rola nada mesmo?

- por quê?

- não foi o que eu percebi ao ver vocês dois juntos. Além do mais eu
já tiro as esperanças de ficar com ele, se vocês tiverem alguma coisa.

- não estamos namorando, mas ha algo sim. Só não sei se está certo.

- lance com o Felipe ainda, né?

- sim.

- sei que você vai fazer a coisa certa.

- assim eu espero. Vamos almoçar.

- Vamos.

O almoço ocorreu tudo normal, depois de terminar, minha mãe foi
servindo a sobremesa com a ajuda da Maria, enquanto meu pai e o Carlos foram
pra perto da churrasqueira conversar e beber de novo. Depois de comer, o
pessoal resolveu jogar truco. Eu mesmo não sei jogar, claro que fiquei de fora.
Nisso formaram os trios, meu pai, Thiago e Bruno e no outro o Carlos, Renan e o
Felipe. Lucas pegou umas das cadeiras da beira da piscina, arrastou até uma
sombra e foi dormir, isso é, se ele conseguisse com os escândalos do povo
jogando Truco e o Rodrigo ficou ao lado do pai mexendo no celular e vendo o
pessoal jogar. A mulherada foi pra varanda da frente conversar. Peguei o
notebook do meu pai, e fiquei sentado numa cadeira de fio, numa sombra, mexendo
no meu msn e orkut. Encontrei o Jefferson online e comecei a conversar com ele,
passei pra ele a situação que tava em casa. Ele me avisou que já tinha saído no site da
escola o calendário de provas da nossa sala que seria na próxima semana, ou
seja, tinha uma semana pra aproveitar antes das provas e faltavam três semanas
pras aulas acabarem. Entrei no site e vi que a ultima prova ia ser na sexta
mesmo, um dia antes do aniversário da minha mãe, no começo de Julho. Na hora
lembrei que tinha que conversar com meu pai, como faríamos o aniversário da
minha mãe. Jefferson conversou comigo e pediu ajuda pra fazer a festa de
despedida das gêmeas na casa dele, um sábado depois do sábado de aniversario da
minha mãe e um dia antes de elas se mudarem. Continuamos conversando um pouco e
depois tive que sair, pois a bateria do note tava acabando.

Tempo depois a mulher do Carlos o chamou para ir embora e a Maria
aproveitou que estava no clima de despedida e já chamou o Thiago para ir
também. A Estela resolveu ir embora, pois o marido dela chegava de viagem à
noite e chamou o Bruno para ir, mas ele pediu pra ficar mais um pouco, então
meu pai se ofereceu para levá-lo para casa, assim a Estela foi sozinha.  Já passavam das três da tarde quando eles
foram embora, ficando apenas o Bruno, Laura, Lucas e Felipe em casa. Meu pai foi o
primeiro a cair na piscina, seguido do Bruno, depois o Felipe e por ultimo o
Lucas. Antes de entrar, eu fui até o banheiro e depois fui pegar meu celular
que havia esquecido na mesinha do meu PC. Vi que meu celular estava sem bateria
e não estava achando o meu carregador. desci as escadas e fui até onde minha
estava conversando com a Laura pra perguntar se ela sabia onde estava o meu
carregador. Da sala eu podia escutar elas conversando, mas fui surpreendido
pelo assunto.

- Ah, Cecilia, já não sei mais o que eu faço com o Lucas.

- ainda aquelas duvidas?

- pior, agora cismou que quer conhecer a mãe dele.

Quando eu escutei isso, fiquei pasmo na hora, minha reação foi sair na
área e perguntar se eu tinha escutado direito.

- Como assim Laura? O Lucas não é seu filho?- perguntei espantado.

- Não, Thalles, ele é adotado. - disse a Laura.

- por favor, filho, não vai sair por ai comentando isso. - disse minha
mãe.

- claro que não, mãe, mas me explica isso. Ele se parece com você.

- calma Thalles, eu vou explicar. O Lucas é meu sobrinho neto.

- hein?

- ele é filho da minha sobrinha. Neto da minha irmã mais velha

- ah sim.

- então Thalles, vou te explicar a história. Minha irmã morreu jovem
ainda e deixou o marido e uma filha de 15 anos. Dois anos depois da morte dela,
minha sobrinha engravidou de um namoradinho que ela tinha, e ele quando
descobriu que ela estava grávida, abandonou ela. Nessa época o Felipe tinha
acabado de nascer. Meu cunhado quando descobriu que ela tava grávida, mandou
ela pro Chile pra morar com o meu pai, avô dela e foi morar com a atual esposa
dele em outro estado. Mas meu pai, que mora sozinho, não tem jeito e nem paciência
pra cuidar de criança e minha sobrinha menos ainda. Como eu ainda estava
amamentando o Felipe e tinha experiência com recém-nascidos, resolvi adotar
essa criança e criá-lo como filho.

- ele sabe disso?

- sim, nunca escondemos isso dele. Porém ele sempre agiu como se fosse
realmente meu filho e eu sempre o tratei como se fosse, dei a mesma educação e
carinho que dei ao Felipe. Por isso pra mim ele é meu filho. Felipe também o
trata como irmão mesmo, pois cresceram juntos e tem um carinho enorme por ele.

- e os pais verdadeiros dele nunca o procurou?

- a mãe dele ta viajando pelo mundo, nem quer saber dele, já o pai
dele entrou em contato comigo esses dias dizendo que está arrependido e que
quer conhecer ele.

- entendi. Eu não vou contar a ninguém isso, Laura.

- Obrigado pela compreensão, Thalles.

- Mãe, viu meu carregador?

- na terceira gaveta do meu guarda roupa.

- ta bom.

Fui até o quarto da minha mãe, pensando no que eu tinha acabado de
descobrir. Nunca imaginei que o Lucas fosse adotado. Coloquei meu celular pra
carregar e fui até onde o pessoal estava na piscina. Eles brincavam com a bola.
Bruno quando me viu, abriu um sorrisão e me chamou para entrar na piscina.
Entrei na piscina e joguei por um tempo, mas eu estava muito distraído,
pensando nessa história ainda. Tempo depois sai da piscina e fui para o meu quarto,
tomei um banho liguei o PC, coloquei umas musicas e deitei na minha cama,
minutos depois o Felipe entra no meu quarto. Pausei a musica para conversar com
ele.

- está tudo bem, Thalles?

- mais ou menos.

- o que foi?

- Sua mãe me contou hoje sobre o Lucas.

- contou o que?

- que ele é adotado.

- minha mãe, hein. Thalles, não comenta com ninguém.

- Claro que não Felipe.

- Agora você entende porque eu tenho um carinho tão grande pelo meu
irmão. Por que relevo as coisas que ele faz.

- Como assim, Felipe?

- por que você acha que eu perdoei todas aquelas chantagens que ele
fez conosco e ele brigar por não aceitar o nosso namoro.

- entendo que você goste do seu irmão e entendo o seu carinho por ele,
mas será que ele sente o mesmo por você?

Nesse momento o Lucas entra no meu quarto procurando pelo irmão.

- Felipe, vamos embora, to cansado. - disse Lucas.

- sim, Thalles, eu sei que meu irmão gosta de mim e não faria nada pra
me prejudicar.

Lucas apenas tentava entender o porquê daquela conversa, mas havia
gostado da resposta do irmão, seja qual foi a pergunta.

- sim, ele te ama muito, Felipe, ama tanto a ponto de ameaçar a contar
a sua mãe sobre nós dois e de ameaçar a te mandar pra morar com o seu avô no
Chile.

- do que você ta falando, Thalles? - perguntou Felipe confuso.

- não ta falando nada com nada, Felipe, vamos embora. - disse o Lucas
querendo fugir dali.

- por que você acha que eu terminei o meu namoro com você?

- explica isso direito, Thalles.

- não vai não. Vamos embora, Felipe. - disse Lucas.

- Espera, Lucas. Agora eu quero saber.

Nisso o Bruno entra no quarto também, procurando por nós e fica
quieto, só observando a nossa conversa.

- Vamos, Thalles, conta. - disse Felipe já exaltado.

- Depois daquele almoço em casa, Felipe, o Lucas apenas fingiu que tinha
se arrependido do que fez e fingiu apoiar o nosso namoro. Mas toda vez que
ficávamos a sós, ele me ameaçava, me xingava e dizia que se eu não ficasse
longe de você, ia contar a todos sobre o nosso namoro. Ameaçou a contar a sua
mãe e obrigar a te mandar morar no Chile com o seu avô, caso eu não me
separasse de você. Tentei te avisar, mostrar o que ele estava fazendo, mas você
não acreditava em mim, acreditava que seu irmão era santo. Foi por isso que eu
terminei com você e fingi estar namorando o Thiago, por causa das ameaças dele.

- isso é mentira, Felipe, ele ta falando isso pra nos separar! - Lucas
tentava se defender.

- não é, Lucas, eu sei que não é. - Felipe disse já com uma voz baixa.

- sabe? - Eu e o Lucas falamos ao mesmo tempo.

- sim. - disse ele com a cabeça baixa.

- como assim? - perguntei.

- eu sabia que ele não tinha se redimido. Sabia que ele ainda te
ameaçava e sabia que foi por causa dele que você terminou comigo.

- você sabia disso, Felipe? Sabia que ele me ameaçava e não fez nada?
Você deixou eu terminar o namoro com você por causa dele e ficou quieto?

- desculpa, Thalles, mas eu tive que fazer isso,
ele é meu irmão, não podia deixar esse namoro estragar a convivência familiar

- poxa cara, eu fiz tudo isso, sofri tudo isso por você e você nem ao
menos se importou comigo? Aceitou tudo isso que ele fez? Ele nem ao menos se
importou com você.

- eu não sabia que ele ameaçou a me mandar pra casa do meu avô. Mesmo
assim, Thalles, ele é a minha família, ele precisa de mim. Sei que ele só fez
isso porque não aceita o fato de eu ser gay.

- Não foi por isso não Felipe. Pode ter certeza que não foi.

- chega, Thalles. Se você continuar com isso, vou agora correndo lá em
baixo e conto pra todo mundo sobre vocês dois.

- vai, Lucas, aproveita e chama eles aqui pra eu mostrar um videozinho
pra eles.

- como? - perguntou ele

- e você ainda acha que é santo, Lucas?

- do que você ta falando, Thalles? - perguntou Felipe.

- to falando que seu irmão também é gay.

- como é? – disse Felipe

- é mentira.

- é verdade sim, ta aqui a prova.

Fui em direção ao meu PC, Felipe me seguiu e o Bruno já estava perto
dele também, só observando a nossa discussão. Lucas estava perto da porta
atento ao que eu abria no PC. Quando achei o arquivo, coloquei ele para
executar em tela grande.

- Gravei nessa sexta à noite. - disse a eles.

O vídeo era do Lucas agarrando e beijando outro rapaz no banheiro da
Boate. Enquanto os dois se beijava, Lucas ia punhetando o pau do rapaz com a
mão por dentro da calça. Foi essa cena que eu vi e fiz questão de gravar. Lucas
na hora ficou branco e começou a tremer de medo. Tanto o Felipe, como o Bruno,
estavam de boca aberta com aquela cena que eles viam.

- você ainda vai contar pra todo mundo Lucas, sobre eu e o Felipe? -
perguntei a ele. Ele apenas ficou em silencio.

- por que isso, Lucas? Por que fez isso com a gente? Eu achando que
essa mania de implicar comigo e o Thalles, era pelo fato de sermos gay. Mas
você também é cara, então não entendo Lucas, por que todo esse tempo fez isso
com a gente? Por que fez isso comigo, por que me odiava tanto? - perguntava
Felipe.

- Nunca te odiei Lipe, a única pessoa que eu sempre odiei foi o
Thalles - respondia Lucas.

- e por que isso? - perguntou Felipe.

- por que ele tirou você de mim.

- como assim? - perguntou Felipe

- será que você nunca percebeu Lipe? Eu te amo cara! Eu sou
completamente apaixonado por você. - disse Lucas.


 




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