Chegamos ao restaurante e eu admirei, realmente ele era muito bonito,
bem decorado, um ótimo local. Sentamo-nos em uma mesa quase perto a porta
mesmo, um lugar meio afastado e de pouca visão para quem tenta ver de dentro do
lugar. Assim que sentamos o garçom trouxe o cardápio. Minutos depois fizemos o
nosso pedido e começamos a conversar sobre nós dois, a viagem e tal. Minutos
depois o garçom volta com o nosso pedido, e depois jantamos normal. No final do
jantar, Felipe pediu sobremesa para nós dois, um creme de papaya com licor.
Antes de a sobremesa chegar, ele tira um saquinho do bolso e desse saquinho ele
tira dois anéis.

- Espero que goste, meu amor. São simples, mas comprei com o intuito
de formalizar o nosso namoro.

- meu amor, eles são lindos.

- dentro dos dois estão nossas iniciais. F & T

Meus olhos lacrimejaram e eu não contive a emoção, Felipe discretamente
colocava o meu anel no meu dedo e depois entregou o dele para eu colocar no
dedo dele. Não poderíamos nos beijar ali, pois seria perigoso alguém ver, mas
mais tarde eu o recompensaria com os beijos que não podia dar no momento. Nossa
sobremesa chegou, mas confesso que não liguei muito, pois eu ainda estava
hipnotizado com a beleza daquele anel. Quando olhei para ele, vi que ele estava
sorrindo.

- vi que acertei no presente, né.

- claro que sim, ele é lindo. Obrigado, amor.

- espero um dia trocar ele por um de noivado e depois de casamento.

- claro que sim, meu amor. vou adorar.

Chegamos à casa e descarregamos as malas para a Laura seguir viagem.

- Lucas, você não quer com o pessoal? - perguntou Laura.

- é mano, vai ser legal, fica aqui com a gente? - insistiu Felipe

Eu fiquei apreensivo com medo de Lucas resolver aceitar o convite, mas
para a minha alegria ele recusou.

A casa tinha três quartos, o Raffa, espertinho como sempre, foi fazer
a distribuições deles.

- seguinte cambada, nos quartos vai ser assim: no primeiro fica
Jefferson, Vinicius, Carol e a Isah. No outro fica eu, o Lipe e o Thalles e no
outro o Pietro e o Thiago. Alguém contra? Fale agora e apanhe pra sempre.

Eu ri muito do Raffa, alguns encheram o saco dele, mas todos
concordaram e foram para os seus quartos. No nosso, Raffa se apossou da cama de
solteiro, deixando a de casal pra mim e pro Felipe.

- É, meninos, nunca digam que o papai Raffa aqui nunca fez nada por
vocês.

- valeu, maninho. agora cai fora e deixa eu e o Thalles a sós. - disse
Felipe dando risada.

- controla os hormônios, boy. Deixa pra a noite porque temos muita
coisa pra fazer ainda hoje.

- e como vai ser a festa, senhor aniversariante? - perguntei ao Raffa.

- ta ai uma coisa que eu não sei. o que me sugerem?

- algo simples. - sugeri. - ta em cima da hora e não da tempo de fazer
algo grande.

- mas também não vamos fazer algo pequeno né, amor. Só musica, bolo e
velinhas não tem graça. Tem que ser algo pra marcar a viagem.

- mas não conhecemos ninguém aqui pra fazer uma festa grande e legal.

- eu queria uma festa à fantasia. - disse Raffa.

- seria legal, eu também queria uma, mas ta em cima da hora, arrumar
fantasia agora é foda.

- tem razão, Thalles. como faremos então?

- pensamos no caminho do mercado. Vamos comprar as coisas.

Descemos os três e encontramos o Pietro, Thiago e o Jefferson
conversando na sala.

- cade o restante do povo? - perguntei.

- foram na farmácia, a Isah ta com uns problemas femininos saca? ai
foram lá comprar absorventes. - disse Jefferson

- é, a brincadeira foi cancelada pro Vinicius esse final de semana por
problemas técnicos. - brincou Pietro.

- não entendi. - disse Felipe.

- O loiro aqui é o Thalles, Lipe. - brincou Jefferson.

- cala a boca. - disse sorrindo ao Jefferson

- Provavelmente não vai rolar, já que ela ta menstruada Lipe - disse
Thiago.

Todos riram e foram se espalhando pela casa, ficando apenas eu e o
Felipe na sala. Foi quando ele sussurrou no meu ouvido.

- ainda bem que não temos esse problema, seria tenso se isso
acontecesse com um dos dois nesse fim de semana.

- seu bobo.

Fui até a cozinha onde estava o Thiago e o Jefferson.

- Jefferson, cadê a caixa de som e o Globo? - perguntei

- ta no porta malas ainda, já eu tiro de lá. Vamos colocar aonde?

- Deixa eu ver com o Raffa, ele ta chegando.

- o que ta acontecendo, muchachos?

- Onde vamos colocar o som e o Globo? - perguntei

- não sei, temos que decidir como vai ser a festa. Ninguém da uma
idéia decente.

- Vamos fazer aqui na área de lazer mesmo. Fechamos um pedaço da área
aqui e montamos uma discoteca com o globo e tals e assamos uma carne ali na
churrasqueira. bom que os bebados cai na piscina depois hehehe. O que acham?
uma Pool Party. - sugeriu Thiago

- Pra mim fechou, adorei a idéia. Não vai dar muito trabalho e vai ser
legal. - disse Raffa

- Bem, se o aniversariante concorda, que somos nós pra recusar? Pra
mim fechou também, a idéia é boa. - disse Jefferson

Todos concordaram, nisso Vinicius e as meninas chegam da farmácia e
começamos a distribuir os serviços. Vinicius, Thiago, Carol e Isah ficariam na
casa pra limpar o local e instalar o som, o globo, limpar a piscina e outros.
Eu, Felipe, Raffa, Jefferson e Pietro fomos comprar as coisas pra festa.
Pegamos o carro e fomos procurar um supermercado. Depois de meia hora perdidos,
conseguimos encontrar um mercado perto da praça da cidade.

No mercado, Raffa e o Felipe foram pra fila do açougue e eu mais os
dois irmãos fomos comprar as bebidas e as outras coisas.

- Quem vai cuidar da carne assando? - perguntei - não levo jeito
nenhum pra churrasqueiro.

- deixa comigo, eu cuido - disse Pietro

- Gente, vamos comprar um bolo pro Raffa? - perguntou o Jefferson.

- mais cedo ele disse que não precisava se incomodar com isso. - disse
a ele

- ah, mas vamos cantar parabéns pro cara sem nada?

- Vamos comprar, se ele não gostar, a gente come.

- Beleza, vocês pegam as bebidas ai e eu vou pegar o bolo lá. -
sugeriu Pietro

- mano, passa no caixa e esconde no carro, vamos fazer surpresa pro
Raffa. - disse Jefferson

- fechado, eu já volto.

Aproveitei que estava a sós com o Jefferson pra por as conversas em
dia.

- como ta o lance com a Carol?

- Caminhando, né? Conversamos bastante e digamos que já passou aquela
fase chata do relacionamento, agora estamos mais light.

- que bom. sorte pra vocês.

- e você e o Lipe?

-mais ou menos, eu sei que o irmão dele ta enganando ele e o pior que
ele não quer enxergar. Pior que ele ta tão animado e feliz acreditando nessa
mentira, que não acredita em mim.

- e agora?

- vou deixar rolar e descubrir um jeito de desmascarar o Lucas.

- tenso. Mas o Lipe ta mais animado por causa dessa viagem também.

- ta sim, e diz que ta preparando uma surpresa pra mim nessa viagem,
algo que vai ser legal pra nós dois.

- vai ser sim. Já to sabendo.

- sério, me conta, por favor.

- Ta louco, se eu fizer isso o Lipe me mata.

- ah, somos amigos.

- desculpa, migo, mas não quero estragar a surpresa. De boas, se
preocupa não, você vai gostar.

Ficamos ali conversando e escolhendo as bebidas, tempo depois o Pietro
se junta a nós com um sorrisão no rosto.

- o que aconteceu? - perguntou Jefferson.

Pietro mostrou no celular dele um numero de um contato chamado
Vanessa.

- quem é essa? perguntei.

- aquela ali no caixa. apontou Pietro em direção pra duas moças que
passavam as compras no caixa. elas realmente eram lindas e não parava de olhar
na nossa direção e sorrir. – é, manolos, digamos que essa noite eu não passo
sozinho. Tem problema eu ter convidado elas pra festa não né?

- Não, vai ser legal mais companhia. - afirmei.

Chegando perto do açougue, o Felipe e o Raffa já estavam terminando de
ser atendidos, no carrinho tinha carne pra um batalhão. Os dois estavam
cochichando, quando perceberam que nos aproximava deles, mudaram de assunto.

- o que tanto vocês cochicham ai? - perguntei.

- segredo, Boy. - disse Raffa.

Resolvi não insistir. Fomos para a fila do caixa e quando passávamos
as compras, o Pietro recebeu um torpedo e depois nos informou que as companhias
estavam confirmadas.

- que companhia? - perguntou Raffa.

- umas garotas que conheci aqui. Tem uma pra você também
aniversariante, é o meu presente de aniversario pra você. Parabéns. - disse
Pietro

- ah garoto, é isso ai. Aos demais, aprendam com esse cara, ele sim
sabe dar presentes certos.- brincou Raffa

- ta bom, ano que vem te dou um harém de presente. - brincou Felipe.

Pagamos as compras e fomos para casa. Chegando lá, o Vinicius já tinha
arrumado o som e o Thiago tava colocando o globo. Carol tava limpando a piscina
e a Isah varrendo a calçada. Ja era quase sete da noite, Felipe ficou com o
Pietro na cozinha temperando a carne e eu e o Thiago estávamos arrastando o
Freezer pra fora e começamos a guardar as bebidas. Quando olhei para a porta da
cozinha, vi o Felipe parado me observando sério e depois ele voltou pra
cozinha.

- segura as pontas ai, Thiago. Vou resolver outro assunto ali.

Fui até a cozinha e o Felipe tava ali sozinho, parecendo estar muito
pensativo.

- o que aconteceu Lipe? Por que não vai lá fora conversar com a gente?

- você e o Thiago já são bem amiguinhos né, Thalles?

- Amor, eu sou amigo de todos. Por que esse ciúme todo? Será que toda
vez que eu digo que te amo não e o suficiente pra você acreditar em mim, no meu
amor, e parar com esse ciúme? hoje é dia de festa, amor, vamos nos divertir.

- Desculpa, é que eu tenho muito medo de te perder. Mas você tem
razão, não tenho motivos pra ficar com ciúmes, vou tentar me controlar mais.
Vamos subir e nos arrumar?

- Vamos, bebê.

Subimos e fomos tomar banho e nos arrumar.

- to com saudades de tomar banho com você. - disse Felipe todo
carinhoso.

- o meu amor, eu também to. Mas melhor não arriscar aqui.

- eu sei.

Eu tomei meu banho primeiro. Quando sai, foi a vez do Felipe. Nós
fomos os únicos privilegiados a ficar com a suíte da casa. Enquanto Felipe
tomava banho, eu liguei o meu note e entrei no MSN. Encontrei o Lippe e o Caio
online, conversei com eles uns 15 minutos sobre a festa, até o Felipe sair do
banho. Sai do MSN e fui me arrumar.

- fazendo no note, amor? - perguntou Felipe

- Checando o Orkut um pouquinho, mas já sai.

Começamos a nos arrumar, aquela noite tava muito calor, então optamos
por usar bermuda e chinelo mesmo. Eu estava com uma bermuda Jeans, uma camiseta
gola V azul claro e chinelo, já o Felipe tava com uma bermuda xadrez clara, uma
camiseta regata branca e chinelo também. Felipe estava muito mais lindo ainda,
se é que é possível, ele ficava bem de regata com aqueles braços fortes pra
fora. Passamos perfume e depois descemos.

Todos já estavam lá embaixo e os convidados já tinham chegado e se
enturmado. Pietro cuidava da churrasqueira e da Vanessa ao mesmo tempo, os
outros três casais estavam dançando e namorando muito, inclusive o Raffa, que
já estava ficando com a outra garota que estava no supermercado, chamada
Patrícia. Além das duas garotas que já vimos, vieram mais duas pessoas, o Pedro
e a Aline que são irmãos. Os dois estavam fazendo companhia para o Pietro e a
Vanessa. Eu e o Felipe cumprimentamos os convidados, começamos a conversar com
o pessoal que tava perto da churrasqueira e começamos também a comer e beber.
Depois de alguns minutos notei que o Thiago não estava ali por perto, deixei o
pessoal conversando e fui procurá-lo. Quando entrei na sala, vi ele entrando
pela outra porta e a trancando.

- então você ta ai.

- oi, migo, ta ai a muito tempo?

- não, tava te procurando. Ta tudo bem?

- acabei de terminar com a minha namorada.

- que barra, heim?

- que nada, agora que eu to feliz. Vamos pra festa, quero beber todas
hoje.

Voltamos para a festa e começamos a comer. A festa ocorreu
normalmente. Minutos antes da meia noite, eu e o Felipe fomos até a cozinha e
pegamos o bolo que estava escondido na geladeira pra cantarmos parabéns ao
Raffa (detalhe: passamos a tarde inteira impedindo ele de alguma forma de
chegar até a geladeira, pra não ver o bolo). Lipe deu o sinal, eu acendi a vela
de 17 anos do bolo e saímos cantando parabéns pra ele. Depois de cantar, cumprimentamos
e abraçamos ele e começamos a comer o bolo.

- Gostou da surpresa? - perguntou Jefferson.

- gostei sim, muito. Mas confesso que já tinha visto o bolo lá na
geladeira.

- como você viu? - perguntei

- eu ja desconfiava, ai vocês deram bobeira, eu fui lá xeretar.
hahahaha

- seu mala, ano que vem também não ganha. - brincou Felipe

A festa foi ocorrendo normal e perto das três da manhã os convidados
já estavam indo embora.

- fiquem mais um pouco. - sugeriu Pietro.

- não dá mano, tenho que deixar essas meninas em casa logo, se não os
pais delas enchem o saco. - explicou Pedro.

- vamos nos encontrar amanhã. - sugeriu Aline.

Todos concordaram, cumprimentamo-los e depois voltamos para a festa.
Já estávamos um pouco alterados por causa da bebida, foi quando o Raffa e o
Thiago tiveram a brilhante ideia de jogar todos na piscina. Poucos minutos
todos já estavam molhados, bebendo e dançando dentro da piscina. Eu e o Felipe
estávamos conversando próximos à piscina, mas nada que chamasse a atenção, do
nosso lado estavam as gêmeas, o Jefferson e o Vinicius no maior agarro,
namorando muito. Confesso que eu estava morrendo de inveja, queria ta fazendo a
mesma coisa com o Felipe ali, mas eu sabia que não podia. O que eu não contava
é que o Felipe estava sentindo a mesma coisa, mas sem controlar seu impulso,
ele me agarra e me rouba um beijo ali mesmo, deixando todos de boca aberta com
a cena que viam ali. Felipe já estava bêbado e não mediu as conseqüências
daquele ato.

- que porra é essa? - gritou Vinicius.

- Agora fudeu. - disse Jefferson.

- você viu, Jefferson, os dois tavam se beijando. - Vinicius disse
assustado

- calma, mano, deixa os cara se explicarem. - Jefferson tentou
acalma-lo.

- Explicar o que? ta vendo não? Eles são veadinhos, mano.

- Eu sei, mas deixa eles.

- você sabia disso? por que não contou?

- por que não é eu que tinha que fazer isso.

- credo, véio, que vergonha. eu vou sair daqui. - Vinicius disse já
saindo da piscina.

A Isah também saiu da piscina e foi atrás do Vinicius. Eu estava
paralisado, não tava crendo naquilo que eu tava vendo, a minha vontade era de
sumir dali. Apenas sai da piscina e fui direto pro quarto, Felipe foi logo
atrás de mim. Entramos no quarto e trancamos a porta.

- Lipe, você viu o que aconteceu?

- dei mancada, eu sei, amor. Como sou tão burro.

- Também não é assim, Lipe, não precisa se penalizar assim. Mas o que
aconteceu agora foi foda.

- Desculpa, Thalles, não aguentei. O clima tava tão bom pra namorar, e
eles tavam se agarrando do nosso lado, fiquei com inveja e não me contive, ai
fiz a burrada. Mas foi bom também, logos eles teriam que saber.

- eu sei, amor, mas não dessa forma né. Pra contar essas coisas, tem
que ser com calma, como foi com o Raffa.

- Ta, isso eu sei. Já sei que dei mancada. O que vamos fazer agora?

- deixar rolar agora.

Ficamos deitados conversando e nos beijando, um tempo depois o Raffa
bate na porta pedindo para entrar. Levantei-me e fui abrir.

- como ta o clima lá embaixo, Raffa? - perguntei meio sério.

- meio calor, Thalles, porém agradável. - disse ele debochando

- você sabe do que eu to falando, seu bobo - eu disse não contendo a
risada depois da palhaçada do Raffa.

- Tranquilo, mano, todo mundo aceitou de boas, principamente as gemêas
que amaram a idéia, sabe como é mulher, adora ter amigos gays. A situação só ta
tensa em relação ao Vinicius que ainda não engoliu a história, vocês sabem como
ele é. Se preocupem não, o Jefferson e as meninas tão lá conversando com ele
agora. Vocês vão ver, logo ele já vai ficar de boas.

- assim espero. - disse Felipe se pronunciando.

- Vamos dormir povo, o tempo é pouco e lá pras nove da manhã nós vamos
sair pra ir no balneário municipal. - ordenou Raffa

- por que tão cedo? perguntou Felipe

- pra aproveitar mais o dia. Só isso. Apaga a luz e vamos dormir. Ah
meninos, se comportem.

- com o meu gatinho aqui do meu lado, meio difícil hein. - disse
Felipe

- me obedeçam, sou o mais velho agora. - brincou Raffa

- sim, papai. - eu respondi.

Deitamos pra dormir e logo apagamos.

Era umas oito horas quando o Pietro entrou no quarto dando
travesseirada em nós e fazendo a maior bagunça.

- acorda, preguiçosos, anda. Se ficarem ai com preguiça vão ficam pra
trás e vão se fuder indo a pé pro balneário.

Acordamos e fomos tomar banho. Eu fui o ultimo a usar o banheiro.
Depois de tomar banho e me arrumar, desci pra tomar café, na cozinha estava o
Raffa e o Vinicius, que ainda continuava com a cara fechada, tomando café.
Peguei o meu e sai até a área da frente onde estava apenas o Thiago.

- oi - eu disse timidamente a ele.

- e ai, rapaz, como foi a noite?

- curta, mas consegui descansar e você?

- eu também.

- escuta, Thiago, sobre ontem a noite, eu não sei o que dizer.

- ta de boas, Thalles.

- você não fica de cara ou acha estranho?

- não, eu não sou careta. Acho isso normal.

- que bom. Não conta pra ninguém, por favor.

- pode deixar. Eu também preciso contar algo.

- o que?

- eu também sou bissexual. Já fiquei com outros caras antes, por isso
acho normal. Se preocupa não, o fato de ter medo que os outros descubra sobre
você logo passa e você mesmo já vai encarar isso como uma coisa normal.

- caracas, por essa eu não esperava.

- pois é amigo, acredite, nessa vida tem muita gente com o armário
metade aberto por ai, gente que você nem imagina.

Conversamos um pouco e depois fomos para onde estavam os outros. tava
tudo pronto pra ir pro balneário. Fora do planejado, fomos sair já eram quase
onze da manhã, Pietro teve que fazer duas viagens.

O dia tava ensolarado e muito calor, um clima ótimo para tomar banho
no rio e se divertir. Como era feriado, o balneário estava lotado, mas mesmo
assim não tirou o nosso ânimo que só aumentava vendo aquelas águas cristalinas
e muitos peixes passando por nós. Vestimos nossos trajes de banho e fomos pro
rio. A grande atração lá tava sendo a tirolesa, o que fez o pessoal sair
correndo pra frequentar a fila para ir nela. Eu iria mais tarde, não tava a fim
de perder metade do meu dia naquela fila. Sentei na beirada da ponte que tinha
sobre o rio, e com os pés dentro da água, fiquei balançando e pensando na vida,
sem perceber, senti uma mão sobre o meu ombro. Era o Vinicius.

- a gente pode conversar?

- pode sim, cara, senta ai.

Ele se sentou e ficou um pouco mudo, como se estivesse escolhendo as
palavras pra iniciar aquela conversa.

- Thalles, queria te pedir desculpas por ontem à noite.

- Tudo bem, não precisa se preocupar não.

- eu agi errado, confesso. Conversei com o pessoal e percebi que eu
agi imaturamente. Vocês são nossos amigos, e se é isso que vocês querem, cabe a
nós aceitar. Não vou mais implicar com vocês, só preciso de um tempo pra me
acostumar com a idéia, beleza?

- tudo bem, desculpa também pelo modo como você ficou sabendo, não
queríamos esconder de vocês, mas tínhamos medo da reação que vocês teriam.

- eu entendo. Só não quero perder a amizade de vocês. Continuamos
amigos?

- sempre.

- vou lá pra tirolesa, vamos?

- mais tarde eu vou, pode ir lá.

Nos demos um meio abraço e ele voltou pra fila da tirolesa com os
demais.

O resto da tarde ficamos sentados de baixo das sombras das arvores,
conversando e alguns dormindo.

- o que vamos fazer essa noite? - perguntou Carol

- é sexta feira santa, os lugares estão todos fechados. - disse
Thiago.

- o jeito é ficar em casa mesmo. - disse Jefferson

A tarde passou normal e às cinco da tarde já estávamos indo embora. No
caminho da segunda viagem, o Pietro recebe uma ligação, era a Vanessa chamando
todos pra encontrar o mesmo pessoal da noite anterior na praça. Eles estavam lá
tomando tereré e perguntou se nós não queríamos fazer companhia a eles. Como
ninguém tinha nada pra fazer mesmo, fomos para lá depois de chegar do
balneário. Lá conversamos bastante e recebemos o convite da Patrícia de ir no
outro dia no hotel fazenda dos pais dela. Ela disse que era um lugar agradável,
pois tinha lugar pra fazer trilha, muitas cachoeiras e rios pra tomar banho, o
que animou a todos e combinamos de ir pra lá então no outro dia. Já era dez da
noite, despedimos deles e fomos para casa dormir. Aquele dia eu tava exausto,
pois não tínhamos dormido quase nada na madrugada anterior.

No sábado acordamos cedo novamente e ficamos esperando o Pedro, a
Vanessa e a Aline chegar em casa, para ir com a gente pra casa da Patrícia. O
espaço nos carros não daria pra todos, então o Thiago e o Raffa iriam de moto,
enquanto eu e o Felipe iríamos de carona com o Pedro e as meninas e o restante
no carro do Pietro. Chegamos lá quase nove e meia da manhã, Patrícia já nos
aguardava sentada numa cadeira de fio na área da frente da casa. Cumprimentamos
os pais da Patrícia e seu irmão e depois nos organizamos de fazer trilha pela
fazenda antes do almoço.

- Patrícia, essa fazenda é show. Muito bom aqui.

- Obrigada, Pietro.

Terminamos de fazer trilha já passava das onze e o almoço já estava
quase pronto. Um tempo depois começamos a almoçar, e até na hora do almoço nós
fazíamos a bagunça, estar com o pessoal ali reunido era muito divertido, sem
contar também que a comida da mãe da Patrícia era ótima. Depois do almoço
ficamos ali pela casa mesmo descansando. Às duas da tarde, descemos pra ir à
região das cachoeiras e do rio. O local era abaixo do nível da casa, então para
descer era moleza, o difícil era subir pra voltar. Lá nas cachoeiras, já
estavam todos banhando e se divertindo, os casais estavam mais ainda
aproveitando o momento, menos eu e o Felipe.

- Thalles, queria tanto te beijar agora.

- eu sei, meu fofo, eu também queria muito, mas vamos nos controlar,
tem gente aqui que ainda não sabe e nem seria interessante que soubessem.

- é, eu sei.

- oi casal, tem água ai na garrafa? - perguntou Jefferson.

- tem não, migo, vai ter que subir lá na casa pra buscar mais. - disse
Felipe

- vou lá então. - disse Jefferson.

- Deixa que eu vou lá, assim aproveito pra ir no banheiro. - eu disse.

- olha o matinho ali amor. - brincou Raffa

- larga de ser besta, só to falando que vou aproveitar pra ir. vai
comigo?

- tenho que ir mesmo? Ta tão bom aqui dentro do rio. - disse Felipe
manhoso

- ta bom, seu preguicinha, vou lá sozinho e já volto.

Fui até a casa e enquanto a mãe da Patrícia enchia a garrafa de água,
eu ia no banheiro. Depois peguei a garrafa e fui em direção aonde o pessoal
estava, no meio do caminho escuto alguém chamar o meu nome. Era o Thiago.

- Thalles, vem aqui ver.

Ele tava em cima de uma rocha no alto. Quando subi lá tive o
previlégio de ter uma vista linda da região da fazenda e do local onde o
pessoal estava tomando banho de rio.

- linda a vista daqui, né?

- linda mesmo, Thiago. Depois vou pegar a câmera e tirar foto daqui de
cima.

- eu também. vamos pra lá?

- vamos.

Quando eu ia descer, escorreguei e cai de cima da rocha, batendo o meu
joelho no chão, fazendo doer muito. Fiquei ali caído no chão e o Thiago foi me
ajudar a me levantar.

- joga o braço no meu ombro e se apoia em mim.

Aos poucos ele me levantou e foi me ajudar ir ate onde o pessoal
estava, mas no caminho topamos com o Raffa e o Felipe subindo na nossa direção.

- Aonde você vai, Lipe? - perguntei

- tava indo te procurar, afinal você tava demorando muito, mas agora
eu já sei por que né. Você tava ai agarrando o seu amiguinho no meio do mato.

- não é nada disso Lipe, eu cai e o Thiago tava me ajudando.

- da um tempo, Thalles! Ta na cara que vocês estavam se pegando ali no
mato.

- ow, calma ai, cara, não é isso que você ta pensando não. - Thiago
tentou explicar.

- ta bom, sei, finjo que acredito. Eu não esperava isso de você,
Thalles.

- Mas, Lipe, eu to falando a verdade.

- Cala a boca, Thalles, to com muita raiva de você. vem Raffa. -
Felipe saiu arrastando Raffa em direção a casa.

Eu e o Thiago descemos até onde o pessoal estava. Meu joelho ainda
doía muito e como estava mancando, sentei no lugar mais próximo que achei.

- o que aconteceu? - perguntou Jefferson

- Thalles caiu de uma rocha e machucou o joelho. - explicou Thiago

- isso ta inchado. - disse carol

- ta passando a dor gente, ta de boas. - disse querendo acalmá-los.

- quer ir no hospital? - perguntou Jefferson

- não, já ta melhorando, foi só mau jeito. - disse a eles.

Logo todos voltaram pro rio pra banhar e começar a se divertir. Tempo
depois o Felipe e o Raffa voltam pro local que estávamos, mas o Felipe estava
visivelmente zangado e com uma cara feia, me olhando sério. Levantei-me e
mancando fui até onde ele tava pra conversar com ele. Afastamo-nos um pouco do
lugar pra ninguém escutar a nossa conversa.

- pode parar com o teatrinho, Thalles.

- será que é difícil você acreditar em mim?

- você queria o que? Pego o meu namorado agarrado a outro cara só de
sunga saindo do meio do mato e acredite que isso é normal?

- eu não tava agarrando ele, porra! Já te disse que eu cai e machuquei
o joelho. só me apoiei a ele pra poder andar.

- quer que eu acredite nisso.

- olha aqui então pro meu joelho, eu ia fazer isso? Mostrei meu joelho
inchado. Claro que aos poucos ele ia desinchando, mas tava visível a pancada na
região, pois começava a ficar roxo.

- ta, você pode até ter se machucado, mas o que você tava fazendo no
meio do mato com ele?

- ele tava lá vendo a vista de cima de uma rocha, me viu passando e me
chamou pra ver. Eu vi e desci pra voltar, foi quando machuquei meu joelho.

- ah não, Thalles, sério mesmo, não me pede pra acreditar nessa
histórinha, pois é forçar a barra.

- acho que precisamos conversar cara, você ta entendendo errado. -
disse Thiago se aproximando de nós.

 - ah pronto, agora chega o
outro. Ta satisfeito por roubar o meu namorado?

 - cara, como você é idiota. -
provocou Thiago

- vou te mostrar quem é idiota. - Felipe partiu pra cima do Thiago e
começaram a brigar. O pessoal notou a briga e saíram correndo pra apartar, já
que eu não tava dando conta. Felipe estava com mais raiva ainda. - vou quebrar
sua cara seu babaca.

- vem, fica com medo não. - revidou Thiago.

- Cala a boca os dois. - tentei acabar a briga. - na boa, Felipe, vê
se cresce e vê a burrada que você ta fazendo. Vamos embora, Thiago.

Eu e o Thiago fomos até a casa, pegamos os capacetes e voltamos para a
casa buscar as nossas coisas para voltar pra Campo Grande. A viagem acabava
ali. No caminho, combinei com o Thiago de voltar com ele de moto. Chegamos à
casa, eu subi ate o quarto que eu tava e comecei a arrumar as minhas coisas. Um
tempo depois eu sentei na cama e fiquei pensando no que tava acontecendo. Como
meu namoro com o Felipe tava acabando por uma coisa simples, boba. Eu estava
muito magoado com a atitude dele, sei que ele tem ciúmes, mas chegar a esse
ponto já era demais, isso só mostrava que ele não confiava em mim. Minha
vontade era de chorar, chorar muito, mas eu tinha que ser forte, eu não ia
fraquejar ali, eu até poderia chorar muito e cair numa tristeza profunda, mas
em casa, aqui não. Eu tinha que controlar meu choro e ser forte, fui firme e
consegui. Continuei a arrumar as minhas coisas e o Thiago apareceu no quarto
que eu tava.

- ta pronto pra ir, amigo?

- to sim, Thiago, deixa eu só ir no banheiro pegar minha escova de
dente. Vamos sair daqui dessa casa antes de eles chegarem.

- Tarde demais, eles já chegaram.

- Droga.

- chato a viagem acabar assim, né? Como você tá?

- péssimo, mas vou sobreviver. se preocupa não.

- me desculpa causar essa confusão, acho que eu não devia ter vindo
pra cá.

- A culpa não é sua, Thiago, o Felipe que é muito imaturo ainda. Você
apenas me ajudou, não tem nada de errado nisso e, aliás, a sua companhia aqui
foi muito legal, o passeio não seria o sucesso que foi se não fosse você
também. Ao menos até esse incidente acontecer e você não tem culpa nenhuma.
Fica tranquilo.

- eu só vim por sua causa.

- como?

- nada não, eu não deveria ta comentando isso.

- não se preocupa, pode falar.

- ah um tempo eu percebi que você também gostava de homens, afinal era
impossível não notar os seus olhares pra mim, quando ia na sua casa tomar banho
de piscina.

- Meu Deus, que vergonha.

- não precisa, você já sabe que eu também curto homens. Vou te
confessar que eu sou muito a fim de você e quando você perguntou a minha mãe se
eu podia ir nessa viagem, eu logo aceitei, por que eu tinha esperança de rolar
algo entre nós dois aqui. Embora eu desconfiasse, eu tinha esperança de vocÊ
não estar namorando o Felipe.

- cara, to sem palavras. Eu nem imaginei. Mas você não ta namorando?

- tava, mas eu namorava com ela e pensava em você. No dia da festa eu
terminei com ela, porque tinha a intenção de ficar com você.

- Desculpa, Thiago, mas eu não sei o que dizer.

- tudo bem, Thalles, não precisa dizer nada sobre esse assunto, eu não
to te pressionando, agora eu sei que você gosta muito dele e eu respeito isso.
Vamos deixar esse assunto quieto e vamos embora?

- vamos.

Descemos as escadas em silencio, mas fomos parados pelo Raffa.

- aonde vocês vão?

- embora. - eu disse

- vai não, Thalles, por favor. O Felipe fez aquilo por bobagem e eu
sei que ele vai se arrepender e quando perceber que errou, vai voltar atrás.

- mas não vou ficar aqui pra esperar, já é a segunda vez que ele não
confia em mim, que não acredita em mim. Não vou ficar aqui pra ele ficar me
tratando mal. Eu sei Raffa que ele é o seu melhor amigo e que você só quer o
nosso bem. Eu gosto muito de vocês e não queria terminar a viagem assim, porém
eu não vou aguentar ficar aqui nessa situação que estamos. Quando ele se tocar
da burrada que ele fez, vai saber onde me encontrar.

Fui com o Thiago lá pra fora, já pra irmos embora, quando passei pela
varanda, estava o Felipe e o Jefferson conversando. Apressei o meu passo e
fiquei esperando na rua o Thiago tirar a moto e sair la fora. Na varanda o
Jefferson ainda tentava conversar com o Felipe.

- vai deixar ele ir mesmo, Lipe?

- não to mandando ninguém ir embora, ele ta indo pra ficar com o novo
namoradinho dele.

- será que você não percebe a cena ridícula que você ta fazendo? Ta na
cara que os dois não tem nada além de amizade. Você ta perdendo um cara legal,
um ótimo namorado por causa de um ciúme bobo, sem noção e desnecessário, mano.
O Thalles ama muito você e não ia sair traindo você do nada, ainda mais no
mesmo lugar que você está. Ele te ama muito cara e se você ama ele, não deixa
ele ir embora assim, se você deixar, pode ser que ele nunca mais volte. vai
perde-lo assim por uma besteira?

Quando Thiago começou a funcionar a moto e eu com dificuldade por
causa do joelho subi na garupa, Felipe chegou até nós, chorando e se
desculpando.

- espera, Thalles, vamos conversar.

- Felipe, se for pra continuar a briga, esquece.

- não, eu quero me desculpar aos dois. Fiz papel de otário, eu sei que
errei.

- você acha que se desculpando vai apagar as palavras que você me
disse ou os socos que você deu no Thiago?

- Não, claro que não, mas já ajuda a amenizar um pouco. Me deem uma
chance de me redimir, por favor.

- não sei se devo Lipe, se toda vez que você sentir ciúmes, você agir
dessa forma, nosso namoro não vai dar certo.

- te prometo meu amor que vou me controlar mais e não agir mais por
impulso e vou confiar mais em você, mas, por favor, não vai, eu preciso de você
do meu lado. Por favor, fica comigo?

- me faz um favor Lipe, não desperdiça mais essa chance, ela é a
ultima tá.

Desci da moto e o abracei.

- Thiago, vamos ficar. - eu disse.

- tudo bem, Thalles, eu entendo e acho legal, mas eu já vou hoje.

- por favor cara, fica, te peço. Me desculpa também pela briga de
hoje. Fica com a gente, não vai não.

- Ta de boas, Lipe, continuamos amigos, não se preocupa. Eu já tava
planejando voltar hoje mesmo, antes daquela confusão acontecer, eu quero
conversar com a minha namorada.

Thiago se despediu de nós e eu notei uma tristeza em seu olhar, eu sei
que eu estava o desapontando, mas meu amor pelo Felipe falou mais alto. Quando
ele foi saindo, o chamei e ele parou logo à frente e eu fui até ele.

- Thiago, desculpa não ir contigo agora.

- você ama ele, Thalles, por mais que eu quisesse, eu não posso negar
isso e muito menos mudar. Eu entendo o que você ta passando. Não se preocupe,
ainda seremos amigos.

- sobre a conversa de hoje.

- vamos esquecê-la, vai ser melhor pra nós dois. Você ta voltando pro
Lipe e eu vou tentar voltar pra minha namorada.

- obrigado pela a ajuda de hoje e estar do meu lado quando mais
precisei, amigo.

- tranquilo, quando você chegar em Campo Grande, nós conversamos mais.

Despedi-me dele e voltei para o grupo. Felipe me olhava curioso pra
saber o que eu conversava com o Thiago, mas tinha medo de perguntar e gerar uma
nova briga. eu resolvi saciar a sua curiosidade

- não se preocupa, Lipe, apenas tava agradecendo ele pela a ajuda de
hoje e me desculpando pelo o que aconteceu.

- Thalles, me desculpa por não ser um bom namorado. Não quero mais te
decepcionar.

- tudo bem amor, mas vamos esquecer tudo isso que aconteceu, não quero
mais lembrar disso, quero apenas se divertir.

- ta bom, meu gatinho.

Já era quase seis da tarde e o pessoal estava se arrumando pra ir pra
balada, no quarto Raffa estava todo animado.

- hoje tem festinha, vou pegar todas.

- vai mesmo? - perguntei a ele

- pior que não, a Patrícia vai também.

- tadin do Pietro, vai ter que fazer duas viagens de carro pra levar
nós. - comentei

- não vai não, eu vou de carona com o Pedro e as meninas.

- tá, mas você ta esquecendo de mim e do Lipe.

- A gente não vai com eles, amor. - disse Felipe

- não? - perguntei espantado

- não, hoje a balada é só nós dois juntinhos. - disse Felipe todo
animado.

- o que você ta aprontando, amor?

- Calma, bebê, vai ser algo legal. Vou descer com o Raffa, vou até ali
na farmácia e já volto. Enquanto isso vai se arrumando, fica bem lindo, se é
que é possível ficar mais lindo que já é, nós vamos jantar fora.

Os dois saíram do quarto e eu fui correndo ligar meu note e entrar no
MSN, eu precisava conversar com alguém, mas para a minha infelicidade, não
tinha ninguém online. Sai do MSN e fui tomar o meu banho, enrolei uns 40
minutos banhando, terminei, me sequei e depois fui escolher a roupa que eu
usaria. Estava muito curioso pra saber o que o Felipe tinha planejado pra essa
noite, mas eu sabia que seja o que for, no final, acabaríamos os dois na cama
transando. Não que eu não quisesse, mas ainda tinha muito de medo de ser
passivo na relação, em questão da dor e tal. Eu sabia que tinha que perder esse
medo, mas no momento eu não tava preparado. Arrumei-me e quando ia descer pra
ir à sala esperar ele, ele entra no quarto todo arrumado e lindo.

- você já ta pronto, amor?

- to sim, me arrumei no outro quarto, gostou da surpresa, queria ficar
bonito pra você essa noite.

- Lipe, você sempre está lindo amor.

- você também está muito lindo, Thalles. Vamos?

- Lipe, há algo que eu queria falar contigo antes.

- é sobre mais tarde, né?

- sim.

- o que foi amor?

- não vou mentir pra você, eu to com medo de ser passivo ainda.
Desculpa amor, eu tenho medo, não to preparado ainda. - comecei a me desesperar

- Não precisa se desesperar amor, lembra que eu te disse que só
fariamos quando você quisesse e estivesse pronto? Então, essa noite você não
precisa ser o passivo. Não pense nisso agora, Thalles, apenas relaxe e curte a
noite, meu amor.

- obrigado, meu anjo. vamos então, mas aonde?

- um restaurante aqui perto. Na verdade eu planejava cozinhar eu mesmo
algo pra nós essa noite, mas não daria muito certo, então vamos no restaurante
mesmo. O que nós vamos é aqui perto, da pra ir a pé e dizem que é excelente.

- então vamos logo, por que eu to louco pra conhecer.

Chegamos ao restaurante e eu admirei, realmente ele era muito bonito,
bem decorado, um ótimo local. Sentamo-nos em uma mesa quase perto a porta
mesmo, um lugar meio afastado e de pouca visão para quem tenta ver de dentro do
lugar. Assim que sentamos o garçom trouxe o cardápio. Minutos depois fizemos o
nosso pedido e começamos a conversar sobre nós dois, a viagem e tal. Minutos
depois o garçom volta com o nosso pedido, e depois jantamos normal. No final do
jantar, Felipe pediu sobremesa para nós dois, um creme de papaya com licor.
Antes de a sobremesa chegar, ele tira um saquinho do bolso e desse saquinho ele
tira dois anéis.

- Espero que goste, meu amor. São simples, mas comprei com o intuito
de formalizar o nosso namoro.

- meu amor, eles são lindos.

- dentro dos dois estão nossas iniciais. F & T

Meus olhos lacrimejaram e eu não contive a emoção, Felipe discretamente
colocava o meu anel no meu dedo e depois entregou o dele para eu colocar no
dedo dele. Não poderíamos nos beijar ali, pois seria perigoso alguém ver, mas
mais tarde eu o recompensaria com os beijos que não podia dar no momento. Nossa
sobremesa chegou, mas confesso que não liguei muito, pois eu ainda estava
hipnotizado com a beleza daquele anel. Quando olhei para ele, vi que ele estava
sorrindo.

- vi que acertei no presente, né.

- claro que sim, ele é lindo. Obrigado, amor.

- espero um dia trocar ele por um de noivado e depois de casamento.

- claro que sim, meu amor. vou adorar.

Terminamos a sobremesa, pagamos e fomos embora.

Chegando à casa, Felipe logo me agarrou e começamos a nos beijar ali
mesmo na sala. Como eu estava com saudades daqueles beijos carinhosos e cheios
de desejo. A cada mordida que ele dava em meus lábios eu suspirava de paixão,
era muito gostoso estar ali grudado a ele, sentindo o sabor de seus lábios e
sua língua invadindo a minha boca a procura da minha. Deitamos no sofá e começamos
a nos beijar mais intensamente, naquele momento eu estava consumido por um
desejo incontrolável, quando comecei a arrancar a sua camisa ele parou.

- aqui não, Thalles, vamos para o quarto.

Subimos as escadas e fomos em direção ao quarto, ele parou em frente à
porta do quarto que ficava o Pietro e o Thiago.

- amor, errou de quarto, o nosso é o outro.

- não, mor, eu troquei de quarto com o Pietro essa noite. Vamos ficar
a sós e à vontade nesse.

Quando ele abriu a porta, meus olhos brilharam, o quarto estava lindo,
bem organizado, com lençóis e cortinas brancas, parecia aqueles quartos de
cinema. Estava muito lindo.

- esse será o nosso ninho de amor essa noite, Thalles. Gostou?

- amei. - sorri pra ele e comecei a beijá-lo.

Com o pé e muita dificuldade Felipe conseguiu encostar a porta do
quarto enquanto nos beijávamos. Enquanto sentia seus lábios sobre os meus, suas
mãos percorriam meu corpo e aos poucos iam tirando a minha roupa, eu também fui
fazendo o mesmo e, em poucos minutos, estavam apenas os dois de cuecas, em pé
se beijando. Depois de um tempo me beijando, ele se afasta um pouco do meu
corpo e depois vai me empurrando até eu cair sobre a cama macia. Depois de me
ajeitar, ele fica por cima de mim, apoiando-se de joelhos, para não deixar o
peso do seu corpo sobre o meu. Ele estava sentado sobre o meu pau, e se
abaixava para me beijar, seu corpo estava quente e delicioso, era muito gostoso
sentir o meu corpo e o dele juntos. Em minutos já estávamos em um nível
excitação muito grande e eu já podia sentir seu pau duro sobre o meu abdômen e
o meu também já tinha dado sinal de vida. A cada beijo que o Felipe me dava,
meu nível de excitação só aumentava. Enquanto nos beijávamos, minha mão
acariciava seu pau e a mão dele acariciava o meu. Felipe começou a beijar o meu
pescoço e depois foi descendo pelo peitoral, depois o abdômen, até chegar sobre
o meu pau. Por cima da minha cueca ele ia mordendo o meu pau de leve, me
arrancando vários gemidos. Depois ele sobe, me dá outro longo beijo e desce
novamente e tira a minha cueca e a sua e começa a chupar meu pau com vontade.
Era muito gostosa aquela sensação. Depois de um tempo ali, senti que ia gozar,
então pedi para que parasse, ele parou, o puxei para cima de mim, troquei de
lugar com ele e dessa vez eu q tava por cima dele, sentindo o seu corpo e
beijando-o muito. Comecei a beijar seu corpo inteiro, desde a nuca até o
abdômen, enquanto eu mordiscava a sua barriguinha, com minhas mãos eu alisava
suas coxas e seu pau que já estava muito duro. Depois comecei a chupar seu pau
com vontade, o que deixava ele fascinado.

- Thalles, eu quero ser seu passivo hoje, quero sentir seu pau dentro
de mim.

Então ele se vira de costas e me deixa a mostra aquela bundinha
gostosa e saliente. Ela era perfeita. Comecei beijar suas costas e aos poucos
fui descendo pela sua bunda, arrancando arrepios dele. Comecei a beijar aquela
bundinha, deixando ele louco de tesão.

- ta pronto, amor? - perguntei

- sim, pega o lubrificante ai do lado.

Quando olhei para o lado, vi um frasco de lubrificante, aroma morango,
da Prudence. Peguei o comecei a passar um pouco sobre o meu pau.

- Thalles, passa um pouco também sobre meu ânus.

Com o dedo fui passando o lubrificante lentamente, arrancando dele
vários suspiros.

- to com medo de te machucar. - disse a ele

- não se preocupa amor, dói um pouco no começo, mas depois acostuma.
Eu aguento, não precisa ter medo, não vai me machucar. Só vai devagar.

Felipe ficou de lado e eu atrás dele. Encostei a cabeça do meu pau na
entrada de seu ânus e senti-o suspirar. Ele virou o rosto para o meu lado e
depois de um beijo ele disse pode ir. Comecei a colocar lentamente a cabeça do
pau no ânus dele e ele começou a gemer de dor, como instinto eu tirei de
dentro.

- não, Thalles, não tira.

Comecei a colocar novamente, dessa vez eu já estava colocando pouco a
pouco o meu pau, e a cada pouco que eu colocava, ele gemia de dor. Depois de
colocar tudo, ele me pediu que deixasse um pouco ali parado para pode
acostumar. Ele me beijava muito e depois começou novamente a tomar o controle
da situação.

- vai amor, começa a bombar aos poucos bem devagar e depois aumenta o
ritmo.

Eu comecei a bombar aos poucos. Eu estava adorando sentir aquele
buraco apertando o meu pau, aquela sensação era muito gostosa. Aos poucos notei
que os gemidos do Felipe já não eram mais de dor e sim de prazer. Comecei a
bombar com mais força e o tesão foi só aumentando para os dois.

- Thalles, vamos trocar de posição.

Dessa vez estávamos na posição frango assado, enquanto eu bombava
dentro do cuzinho dele, com uma das mãos eu ia masturbando ele. Tempo depois
senti seu pau ficar mais grosso e ereto, era um sinal que ele iria gozar, então
comecei a bater mais forte pra ele e aumentei o ritmo das bombadas, até que ele
gozou na minha mão. Aquilo me deixou com mais tesão ainda, o que me fez chegar
ao ponto de gozar também. Aumentei um pouco mais o ritmo também e em segundos
eu já estava gozando dentro dele. Depois de gozar, perdi as minhas forças e cai
sobre o seu corpo. Ficamos um tempo ali, cansados, abraçados e trocando
selinhos.

- Vamos tomar um banho, meu amor? - sugeriu Felipe

- Vamos sim.

Nos levantamos e fomos ao banheiro tomar um banho. Debaixo do chuveiro
eu ainda me sentia sem forças, às vezes me jogando nele.

- Cansou mesmo, hein rapazinho? - brincou Felipe

- cansei.

- então, o que meu bebe achou? Gostou?

- muito. É uma delicia. Adorei mais ainda porque foi com você. Te amo
muito, Lipe.

- também adorei muito amor, sentir você dentro de mim foi maravilhoso.

Ficamos um tempo ali, se beijando debaixo do chuveiro e depois
desligamos, nos enxugamos e fomos para o quarto.

- Vamos dormir amor, já são três e meia da manhã, to meio cansadinho.
- disse Felipe.

- Vamos sim. O pessoal ainda não chegou?

- daqui a pouco eles estão aqui, disse ao Raffa pra chegar só depois
das três e meia mesmo.

- que maldade com eles, amor. - disse entre risos.

- maldade nada. Não me espantarei se eles disserem que saíram da
balada e foram direto pra um motel. O Raffa tava a fim de transar com a
Patrícia hoje, e o resto você já sabe que transam a muito tempo.

- verdade. Vamos dormir, vem.

Deitamos na cama, dormimos apenas de cueca, eu estava com o peito
sobre o ombro dele lembrando a noite maravilhosa que tivemos naquela noite.
Minutos depois peguei no sono e apaguei.

No domingo, eu o Felipe acordamos às onze da manhã. Tomamos outro
banho e descemos para tomar café. Notei que o Felipe estava sentindo dor por
causa da penetração da noite anterior.

- ta doendo muito, amor?

- um pouco, mas isso é normal, logo passa.

Ao chegar à cozinha, estava apenas o Raffa e o Jefferson tomando café,
o resto do pessoal ainda continuava dormindo.

- olha o casal ai. Como foi a noite? - perguntou Raffa

- Pelo jeito do Felipe se sentar, parece que foi maravilhosa Raffa. -
brincou Jefferson

Os dois caíram na risada, já eu estava vermelho de vergonha e o Felipe
de raiva.

- Cala a boca, vocês dois.

- nossa, Thalles, eu não sabia que você era tripé, pra deixar o Felipe
assim. - ironizou o Raffa.

Todos os caíram na risada dessa vez, até o Felipe.

- ele é sim, e é só meu. Tirem o olho. - brincou Felipe

- pode ficar, não queremos ficar arrombados. - brincou Jefferson.

- Mas agora falando sério, como foi a noite? - perguntou Raffa

- Foi maravilhosa, a melhor noite da minha vida. - disse Felipe

- da minha também. - afirmei

- deu o anel pra ele, Lipe? - perguntou Raffa

- claro que sim, ta vendo que ele nem senta, Raffa. - brincou
Jefferson

Todos novamente caíram na risada.

- ow, vamos parar, seus malas. Dei sim Raffa, da uma olhada.

Levantamos as mãos para mostrar os anéis de compromisso, foi nessa
parte que as gêmeas entram na cozinha e presencia a cena.

- aim que lindoooo, agora tão namorando sério. - disse a Isah.

- ta vendo Jeff, devia seguir o exemplo e comprar um par pra nós
também. - brincou Carol.

- Se fudeu mano, vai ter que comprar as coleiras. - brincou Raffa

- Amor..

- Nem vem com amor, Jeff. Ai ai, eu acho tão romântico anel de
compromisso.

- ta vendo, Lipe? Você vem com essas idéias e atiça a vontade delas.

- eu não tenho culpa se você não é romântico, Jeff. - disse Felipe
brincando.

- tá bom, meu amor, eu vou comprar um anel de compromisso pra nós
também ta, meu docinho? disse Jefferson a Carol.  - vou comprar não por pressão desses caras, e
sim por que eu sou romântico, ouviram? - dessa vez ele disse diretamente a nós
que já estávamos rindo muito com o jeito dele.

Aos poucos o restante do pessoal foi acordando e decidimos que iríamos
fazer churrasco pro almoço naquele domingo, para aproveitar o carvão e a carne
que não foi assada no aniversário do Raffa.

Como faltava bebida, decidimos sair pra comprar mais, então foi o
Pietro, o Felipe, o Jefferson e eu no supermercado.

Chegando lá foi difícil achar estacionamento, como era feriado e a
cidade é turística, o movimento tava muito grande, ainda mais sendo Páscoa. Com
muito custo, achamos uma vaga. Entramos e fomos direto à parte de bebidas.

- Jefferson, compra um ovo de páscoa pra mim? - pediu Felipe

- Eu não, você tem namorado pra que? Aliás, é só pedir pra ele que ele
tem dois.

- hahaha, gracinha.

Depois de escolher as bebidas fomos direto pro caixa. Na fila eu
fiquei de frente pro caixa e conversando com o Felipe. De repente sinto uma mão
sobre meu ombro.

- Oi Thalles.




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